quinta-feira, 25 de setembro de 2014

FESTA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS 2014

No século XII da Era Cristã, na Espanha dominada e escravizada pelos mulçumanos, a Santíssima Virgem apareceu em sonho a três homens dedicados: Pedro Nolasco, Raimundo de Peñaforte e D. Jaime I de Aragão, a fim de que se consagrassem à causa dos oprimidos, dando forma à sua intercessão em favor dos cativos espanhóis. Ao contar o sonho um ao outro, a santa coincidência ganhou tamanha importância, que, em pouco tempo, foi criada, na Espanha, a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês, libertadora dos Cativos.
Após espalhar-se pela Europa, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês vem junto à colonização hispano-lusitana do Novo Mundo, e, em 1639, milicianos da Ordem, vindos de Quito (Equador) e liderados por Pedro Teixeira, desembarcam no Brasil, em Belém do Pará.
Assim como na Europa, não tardou para que a devoção a Nossa Senhora das Mercês se expandisse pelo Brasil. Vale lembrar que as cidades brasileiras mais antigas têm sua fundação, via de regra, em torno de capelas (devido à tradição católica de seus fundadores), que existem em função de seus santo(a)s protetor(a)es/padroeiro(a)s. Foi assim que, em meados do século XVIII, chegava da Espanha, sob encomenda do Sargento de Milícias Caetano Dantas Correia, fundador da cidade de Cuité-PB, uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, a ser não apenas padroeira daquele lugarejo, mas também para mudar a vida de seus moradores.
Inspiração para a fundação de Cuité, Nossa Senhora das Mercês, desde a chegada da imagem que a representa, passa a fazer parte da identidade da cidade e de seu povo. E de tal forma, que crescimento da cidade e devoção à Santa são grandezas diretamente proporcionais. Falar em desenvolvimento de Cuité é falar também no amor, no apreço e na devoção que crescem
com
o passar do tempo, manifestados no dia a dia da cidade e com mais ênfase na grande festa da fé cuiteense e do Curimataú paraibano: a Festa de Nossa Senhora das Mercês, que acontece desde 1768, quando Cuité era apenas uma vila, mas que se oficializou no ano de 1801, quando se torna freguesia.
Todo dia 24 de setembro, numa tradição que perpassa séculos, é dia de festa na cidade e na região. Todos os olhares e corações se voltam à Serra que abriga em seu topo a Igreja Matriz da cidade, morada da Excelsa Padroeira do lugar e da região como um todo. Igreja esta que já não abarca o tão elevado número de presentes na Missa Solene, que para o coração da cidade com suas ruas tomadas de fiéis.
Tradição também, logo após a Missa, é o encontro mais esperado por toda a Igreja: quando a Santa Mãe surge em seu andor, ao cair da tarde, saindo da Matriz, para encontrar-se com seus milhares de filhos, que a esperam emocionados, com cantos, orações, lágrimas, aplausos, sempre em busca de um toque em sua imagem ou de uma flor que componha o cenário de seu andor, representação sempre aquém da beleza e da força de seu esplendor.
E é na procissão que, num misto de emoção pela fé e pela dimensão do evento, tomamos ciência da grandiosidade da festa.  Apenas a título de ilustração de o quanto a festa e a fé crescem a cada ano, vale salientar que a paróquia de Cuité apresenta atualmente a maior festa religiosa da região.
Fácil perceber, pois, a importância deste evento para a cidade. Se chama a atenção de toda uma região, imagine o que representa para a cidade-sede, que se orgulha em dizer que “é a festa mais cuiteense de todas”. Não à toa deu origem à máxima “Nada é maior, em Cuité e no Curimataú, que a Festa de Nossa Senhora das Mercês”, que ecoa há muito tempo.
Assim, é no ponto mais alto do Curimataú que Nossa Senhora das Mercês recebe seus milhares de fiéis, que lhe acorrem em louvores, súplicas e agradecimentos, e de onde simbolicamente cobre toda uma geografia cujo principal sustentáculo reside na fé que seu povo deposita na Mãe de Jesus, redentora da escravidão que as condições agrestes impõem à sobrevivência.

PasCom Nossa Senhora das Mercês com Isaac Leite.
 
Na tarde desta quarta-feira(24), a Igreja de Cuité celebrou a tradicional festa de sua Padroeira, Nossa Senhora das Mercês,  que acontece a muitos anos. As quatro horas da tarde iniciou a celebração em Ação de Graças com os celebrantes: Pe. Tiago Félix (filho da terra), Pe. Severino Firmino (Pároco) e o Pároco da Paróquia de São Severino Bispo, Nova Floresta, Pe. Achieta. Após a celebração, houve a procissão que passou pelas seguintes ruas:
Rua Adauto Soares
Rua Sete de Setembro
Rua José Vitorino de Medeiros
Rua Maria da Luz (Próx. ao Estádio de Futebol)
Rua Sebastião Buriti
Rua Petrônio Figueiredo
Rua XV de Novembro
Rua Francisco Patrício
Rua João Pessoa.
Após a procissão, houve a benção do Santissimo Sacramento.
 

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